por fernanda brescia |
sobre decidir gravar o que cruzava apenas o imaginário, juntar oito peitos abertos, dezesseis janelas dispostas, dois veículos e uma sem medida vontade de chão. um filme de afetos. de reaprender a ler: a – fê – ê – tê – o – sí. um filme sobre um alfabeto. e sons de outros brasis.
placas do sudeste, carrocerias do nordeste, tratores, cargas de todo um país. sobre se perder e encontrar uma nova brescia em antônio dias; e outra logo mais ali. quando ‘sul’ e ‘norte’ se encontram o que era mi-to se dissolve. ‘a luz foi quem mandou esperar (…). a luz põe dias e sóis no lugar. a luz vem. nada está no lugar’, entoa romulo fróes pelas ondas do som, na estrada.
sobre perder de vista rios e mares de morros e se deixar banhar por secos horizontes do que só aparentemente não acaba. não acaba nas nossas retinas. e reticências.
garoa fina e 16º C nos receberam – e surpreenderam – na primeira grande parada rumo ao sertão: vitória da conquista. depois de 850 quilômetros, sentir o corpo querendo chegar e os olhos querendo pouso. e o que segue pra além da estrada e do que se pode ver.