Arquivo da tag: começou

um filme de afetos, acasos, descobertas |

por fernanda brescia |

sobre decidir gravar o que cruzava apenas o imaginário, juntar oito peitos abertos, dezesseis janelas dispostas, dois veículos e uma sem medida vontade de chão. um filme de afetos. de reaprender a ler: a – fê – ê – tê – o – sí. um filme sobre um alfabeto. e sons de outros brasis.

foto (4)

placas do sudeste, carrocerias do nordeste, tratores, cargas de todo um país. sobre se perder e encontrar uma nova brescia em antônio dias; e outra logo mais ali. quando ‘sul’ e ‘norte’ se encontram o que era mi-to se dissolve. ‘a luz foi quem mandou esperar (…). a luz põe dias e sóis no lugar. a luz vem. nada está no lugar’, entoa romulo fróes pelas ondas do som, na estrada.

sobre perder de vista rios e mares de morros e se deixar banhar por secos horizontes do que só aparentemente não acaba. não acaba nas nossas retinas. e reticências.

foto (2)

garoa fina e 16º C nos receberam – e surpreenderam – na primeira grande parada rumo ao sertão: vitória da conquista. depois de 850 quilômetros, sentir o corpo querendo chegar e os olhos querendo pouso. e o que segue pra além da estrada e do que se pode ver.

dia zero

DSC_0593

por Leandro Lopes |

Hoje sonhei com o sertão. Tentei ver a sua alma, perceber seus pensamentos. Só achei por ali os meus próprios anseios e desejos limitados, minhas sedes de nada e fome de tanto. Não enxergava nada além do meu bafo e dos meus odores. Limitado, não conseguia ver os seus olhares para além das linhas vermelhas de um mapa curvilíneo, sem rosto. Tudo era também um pouco de amarelo e azul. Não era praia, tenho quase certeza. Entendê-lo talvez ainda seja a forma mais antiga de diminui-lo. Talvez, ainda assim, eu tenha vontade de conseguir, de encará-lo, de dizer algumas coisas sobre aquelas invenções da minha infância. Hoje, eu acho, as buscas poderão dizer um pouco daquela imensidão. Tudo começa agora…