Por aqui fim de gravações, cumprir o roteiro prévio (alterado de acordo com as necessidades do filme), passar 34 dias no sertão é ponto de partida para a próxima etapa do “Sertão como se fala”.
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Diários do Sertão: Pílula 09 – Céu
Pra quem morou quase a vida toda no cerrado e entre as montanhas de Minas Gerais, avistar um descampado e não encontrar barreiras físicas, hipnotiza.
Diários do Sertão – Pílula 08: Impressões
Aí você passa por algumas experiências, conhece algumas pessoas, escuta algumas histórias, engole alguns conceitos previamente formados, pensa e repensa.
Diários do Sertão – Pílula 07: Raso da Catarina
Raso da Catarina (BA). Paraíso inexplorado, habitat de araras azuis que só existem ali, cânions em pleno sertão.
Hoje, no Diários do Sertão.
Diários do Sertão – Pílula 06: Bodes
Ah os bodes!
Se divertem dando cabeçadas uns nos outros, nos encaram com suas íris quadradas, sobem paredões, comem tudo o que veem pela frente. Os bodes são assim.
Diários do Sertão – Pílula 05: Canudos
Acho que a última vez que ouvi alguma coisa sobre Canudos (BA) foi na escola.
Estar em um cenário de luta e resistência como aquele, que hoje faz parte do Parque Estadual de Canudos, me fez pensar em coisas demais.
Encontros, desencontros, reencontros
por Sarah Dutra
São José do Egito (PE) – Barreiras de Caraúbas (PB)
[via Congo (PB)]
Não foi logo que esse projeto que me foi apresentado que pensei nessa possibilidade, mas quando já estava aqui, andando pelo sertão.
Foi escutando pessoas mais velhas, talvez com a Dona Nêga, que tem a mesma idade que você teria hoje.
Foi só aqui que me peguei pensando: Será que o vovô aprendeu o abc do sertão?
Nunca te ouvi falar Fê, nem Ji, nem Mê. Nunca te ouvi falar Si de Severino e de Sarah. Sempre se referiu à nossa letra como ésse.
Talvez porque não quisesse lembrar dos tempos difíceis no Congo, no tempo de dureza, de rachadura, de quando viveu na Paraíba, da época que foi fotógrafo de um padre pelo sertão do Piauí. Até faz sentido. Só fiquei sabendo dessas histórias pela vovó. Você não falava muito desse tempo.
Ou talvez apenas não tenha aprendido o alfabeto sertanejo. Talvez o seu alfabeto fosse o mesmo que o que aprendi em Minas no início dos anos 1990.
Foi quase que por acaso que você foi parar em BH com a vovó. Foi quase que por acaso que fui passar pelo Congo.
Faltando 31 km para a sua cidade, meus olhos já marejavam.
Quando a placa de 10 km apareceu meu coração se acalmou. Me lembrei dos sonhos que tive naquela primeira semana de 2008, quando você se despediu de mim e disse que estava tudo bem.
Me invadiu uma sensação de que estava indo te encontrar. Pra ouvir seus conselhos e opiniões de fotógrafo sobre o trabalho que ando fazendo. Pra te contar que estou aprendendo a fotografar. Que estou virando fotógrafa no sertão. Te dar um abraço. Sentir seus braços magros me envolverem. Escutar sua voz meio rouca. Ouvir sua risada. Ver seu sorriso largo. Fazer uma chapa sua posando com o corpo ligeiramente girado, com as mãos nos bolsos. Queria mesmo era te escutar dizer: “coloca cinco ponto seis aí”.
Diários do Sertão – Pílula 04: Trânsito
Sabe quando alguém diz no trânsito que outro condutor fez uma baianagem?
Ouça aqui o ponto de vista da Sarah Dutra.
Diários do Sertão – Pílula 03: Motos
Entre troncos retorcidos e mandacarus. Sob sol escandante. Dividindo espaço com bodes. Como tem moto pelo sertão!
Diários do Sertão – Pílula 02: Primeiras percepções
Mais uma pílula produzida para a Rádio UFMG Educativa diretamente do sertão.
Nessa, ouça sobre o clima e a vegetação que a equipe do “Sertão como se fala” está encontrando.
[Você escuta a UFMG Educativa em toda a região metropolitana de Belo Horizonte sintonizando o 104,5 FM e em todo o mundo via www.ufmg.br/radio.]